sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

JUST...LET... ME... GO!


O amor existiu. Sem dúvida alguma. Não era o mais puro, não era o mais verdadeiro. Foi construído, fabricado, sofrido, mas existia e naquela casa residia. Lutou-se como se pôde, baixaram-se os braços quando já não era possível aguentar mais carga.
Ela entrou naquele duo para sentir-se amada por alguém. E acabou por sê-lo. Amada. Mas apenas por ela própria. E no fundo, isso é uma conquista que ela nunca poderá perder. E que ele nunca poderá retirar-lhe.
Nada na vida é eterno. E não podemos lutar sozinhos para que o seja. Não podemos lutar por uma pessoa contra a própria pessoa.
Ela não acreditava que isso pudesse realmente acontecer, mas o amor acaba. Um dia, acorda-se e já não está na nossa casa, na nossa cama ou na nossa cabeça. Nem no coração.
Vemos que somos mais felizes, melhores, mais tudo-o-que-há-de-bom quando estamos sozinhos. Quando estamos sozinhas ou pelo menos, quando não estamos mal acompanhadas.
Esta sexta-feira e este sábado vão ser os mais difíceis da sua vida. Não da sua vida inteira, mas pelo menos, da sua vida em Jampa. Porque algo vai ser embalado, desmontado e posto fora da sua vida. Da sua casa. Algo(s) de um leito. Um mal mais do que necessário. Que apenas poderá ajudá-la crescer. Ainda mais.
E domingo vai ser dia de voltar a sorrir. E de recomeçar a aproveitar. De comprar Häagen-Dazs. De fazer pinturas. De falar das coisas boas da vida com as amigas não muito longe da Praia.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009



Por que será que as coisas não definidas guardam uma magia em si? Monalisa é um bom exemplo, está ou não sorrindo? E as figuras barrocas de anjos uma mistura de sexo que não sabemos distinguir se são traços femininos ou masculinos. Me parece que guardam em si a síntese dos contrários. A magia do indefinível.
Mas qual é o papel da filosofia? Extrair a beleza das coisas? Conceituando, definido-as, encaixotando? Por sentimos um desejo imensurável de descrever o mundo que nos cerca. Entender a dinâmica das relações de corpos, sejam eles celestes ou terrestres. Saímos da onde as coisas são de fato, com todas as suas formas, cores, odores, sabores, sons e texturas bem definidas e vivas para adentrar em terra monocromática, desfocada e sem brilho.
De total manipulação, a alquimia dos cerebros ávidos por reconhecimento e segurança. Criam assim suas próprias salas de estar em labirintos complexos. Será que algum dia vão voltar a olhar o jardim?
As coisas estão aí para serem definidas ou sentidas? Sentidas como parte de um todo no qual você também faz parte e não tem o menor domínio sobre elas a não ser quando de fato se envolve em uma relação simbiótica em que um já faz parte do outro não sabendo onde se inicia aquele ou onde se finaliza este. Esse composto profundo harmonioso e devastador confunde os sentidos e a alma. Não havendo explicação se alcançou a perfeição.

sábado, 3 de janeiro de 2009

O QUE É GANCHO?



O que é Gancho? Pode ser um lugar, uma palavra, uma frase, uma pessoa ou parte dela, pode ser uma cor ou todas elas, pode ser um lugar, um ruído ou uma música, um aroma, um sabor, a luz, o escuro, um passante ou um companheiro.

Para achar o gancho é necessário ter mente aberta e coração vivo. Extrair da experiência imediata o sumo da vida. É reorganizar idéias e conceitos, é desvelar aquilo que certa hora parecia tão sem sentido ou com sentido tão expressivo e explícito que não merecia reflexão.

Gancho é pegar carona na realidade desfaze-la e remonta-la. É navegar na hipótese e desembarcar no porto das emoções e sentidos trazendo na bagagem uma nova realidade tão empolgante quanto achamos que deve ser. É encontrar a chave que abre a porta do grande jardim que contém a árvore da verdade. O fruto dependendo da temporada pode ser doce ou amargo. Mas a sombra sempre é fresca e convidativa.

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